• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

O que é economia da recorrência e por que startups apostam em clubes de assinatura

Modelos de receita previsível garantem estabilidade financeira, atraem investidores e transformam startups em negócios escaláveis

O modelo de negócios baseado em receita recorrente deixou de ser tendência e se tornou um pilar de sustentabilidade no ecossistema de startups. Em um ambiente de alta competitividade e margens apertadas, a previsibilidade de receita — via assinaturas e planos contínuos — é o que dá fôlego para crescer, escalar e atrair investimento.

Mais do que um formato comercial, a chamada “economia da recorrência” representa uma mudança de mentalidade: em vez de depender de vendas pontuais, as empresas passam a focar em relacionamentos de longo prazo com clientes, garantindo fluxo de caixa constante e fidelização.

Faturamento estável, risco reduzido

Para Lucas Mantovani, sócio e cofundador da SAFIE Consultoria, a lógica da recorrência responde a uma necessidade central do mercado de inovação: a busca por estabilidade em meio à incerteza.

“A economia da recorrência é a resposta natural das startups à demanda do mercado de venture capital, que espera ver a taxa de crescimento da receita crescendo continuamente nas projeções. É isso que as torna ativos financeiros interessantes para investidores e para os próprios sócios fundadores”, explica Mantovani.

No entanto, ele alerta que o crescimento sustentado depende de controle fiscal e jurídico rigoroso.

“Startups que apostam nesse modelo precisam garantir segurança jurídica para que os resultados financeiros não sejam sobrepostos por riscos legais, o que poderia afastar investidores e comprometer a credibilidade do negócio”, completa.

Escalabilidade e o ‘brilho nos olhos’ do investidor

A advogada e especialista em tecnologia Priscila Ferreira, fundadora da Infer Assessoria, destaca que a economia da recorrência é essencial para que startups consigam escalar de forma sustentável e atrair capital.

“A economia recorrente é quando você tem aquele faturamento estabilizado ou um crescimento exponencial dele. As startups, por serem disruptivas, precisam dessa previsibilidade para escalar e chegar ao seu ‘unicórnio desejado’”, explica.

Ela lembra que esse modelo complementa o conceito de “startup enxuta”, no qual times pequenos e multifuncionais se apoiam em tecnologia e automação para gerar alto volume de receita recorrente com custos operacionais reduzidos.

“É o faturamento que brilha os olhos do investidor — porque ele mostra que a empresa tem base sólida, público fiel e margem para crescer”, afirma.

Clubes de assinatura: o motor da previsibilidade


O modelo de clubes de assinatura é um dos formatos mais populares da economia da recorrência. Ele garante que, a cada mês, a empresa tenha um volume fixo de receita e um relacionamento direto com o cliente.

Ferreira explica que esse tipo de solução é especialmente útil para startups em estágio inicial, que ainda buscam tração e estabilidade operacional.

“O clube de assinatura ajuda muito no volume. Ele torna o negócio mais atrativo para investidores, especialmente para quem busca cap table sólido ou uma rodada de seed. É uma estratégia que dá previsibilidade e facilita o crescimento”, afirma.

Mas, junto com as oportunidades, vêm também os desafios. A advogada lembra que a recorrência implica obrigações legais contínuas, especialmente em relação à LGPD e ao Código de Defesa do Consumidor.

“Esse compliance precisa estar muito bem mapeado para evitar riscos jurídicos e garantir que o faturamento não se torne instável por falhas contratuais ou de dados”, alerta.

A nova métrica do sucesso


Para investidores, o valor de uma startup deixou de estar apenas no número de clientes e passou a se concentrar na taxa de retenção — quanto tempo o usuário permanece ativo e quanto consome ao longo do tempo.

Modelos baseados em recorrência criam previsibilidade para o empreendedor e reduzem o custo de aquisição de clientes, já que a receita vem de relações duradouras.

“A recorrência é uma métrica de maturidade do negócio. Ela mostra que a empresa entendeu seu público e encontrou uma forma sustentável de crescer”, resume Mantovani.

Um ciclo virtuoso

Na prática, a economia da recorrência cria um ciclo virtuoso: previsibilidade atrai investimento, investimento gera expansão e expansão reforça a base de clientes — que, por sua vez, retroalimenta a estabilidade financeira.

É a base sobre a qual se constroem os novos modelos de negócio no ecossistema digital: menos aposta, mais constância; menos hype, mais relacionamento.

“O futuro das startups está em transformar o fluxo contínuo de receita em crescimento contínuo de valor”, conclui Ferreira.