• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Benefícios Fiscais, Malefícios Sociais

A concessão de benefícios fiscais é tema recorrente no contexto tributário brasileiro, desde a segunda metade da década de 1990, com a identificação dos primeiros sinais da chamada guerra fiscal, e é ainda argumento utilizado contra essa guerra e

A concessão de benefícios fiscais é tema recorrente no contexto tributário brasileiro, desde a segunda metade da década de 1990, com a identificação dos primeiros sinais da chamada guerra fiscal, e é ainda argumento utilizado contra essa guerra e também um dos elementos que tem contribuído para o aprofundamento da crise financeira dos entes federados e para o desequilíbrio fiscal.

Ao se tomar o crescimento do PIB das regiões brasileiras entre 2002-2010, pode-se afirmar que não houve alteração substancial do peso da participação percentual das regiões brasileiras no PIB com a concessão de benefícios fiscais. Em 2002, Norte, Nordeste e Centro-Oeste participavam com 26,5% do PIB nacional, enquanto Sul e Sudeste com 73,5%. Em 2010, esses números foram 28,1% do PIB para Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e 71,9% para Sul e Sudeste, conforme dados do IBGE.

Embora tenha-se observado maior crescimento industrial na maioria dos estados da federação, a partir da segunda metade da década de 1990, em São Paulo, essa participação iniciou seu declínio na mesma época e não se observa a mesma evolução na arrecadação de ICMS dos demais estados.

Há perda de receita potencial dos estados em função dos benefícios fiscais concedidos e não se verifica alavancagem de receitas de ICMS no mesmo nível da atividade industrial impulsionada. A concessão de benefícios fiscais, no entanto, não é determinante para a decisão empresarial de se fixar em um dado território.

O resultado dessa política desregrada de concessões é a perda generalizada de receita tributária e o enriquecimento dos setores econômicos contemplados, geralmente, grandes grupos econômicos que possuem eficientes assessorias de planejamento tributário e muito poder de conexão com a burocracia fazendária, notadamente por meio de lobbies e intermediários muito bem pagos. Instauram-se verdadeiros balcões de negócios nas secretarias de fazenda, com vias nebulosas de acesso a tais benefícios e o teor das concessões que não é publicizado.

Os estados perdem receitas e a sociedade, os serviços que o estado poderia prover. Os malefícios sociais da concessão de benefícios fiscais são, apenas, uma faceta dessa política tênue em que não se consegue distinguir o público do privado, instaurando-se uma privatização da coisa pública.